24 maio 2010

Vitamina D

A vitamina D pode ser obtida através da ingestão de alimentos que sejam fonte dessa vitamina, como também através da exposição da pele à luz solar (sem o uso de protetor solar).

Está envolvida no crescimento e diferenciação de algumas células e também na mineralização óssea, auxiliando na absorção de cálcio e fósforo, na mobilização de cálcio e fósforo para o sangue e também na absorção renal de cálcio, parece também agir nas células beta do pâncreas, regulando a secreção de insulina.

Deficiência
Sua deficiência pode ocasionar raquitismo em crianças e osteomalácia em adultos, além de fraqueza muscular.

Excesso
O excesso de vitamina D só ocorre por ocasião do uso indiscriminado de suplementos vitamínicos e pode causar dores de cabeça, náuseas, vômitos e hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue).

Principais fontes alimentares
Óleo de fígado de bacalhau, peixes como cavala, arenque e salmão, leites enriquecidos, queijos amarelos, gema de ovos.

09 abril 2010

Vitamina A


A vitamina A é muito conhecida pela maioria das pessoas por seu importante papel sobre a visão, mas ela também desempenha um papel essencial no crescimento e desenvolvimento ósseo e muscular, pois participa da diferenciação das células ósseas e também na produção de proteínas que formam nossos tecidos, além disso, também é importante para a reprodução, já que está envolvida na produção de espermatozóides e no desenvolvimento do embrião.
Atua como antioxidante e está diretamente relacionada com a imunidade, participando da formação dos linfócitos T (células de defesa do nosso corpo).
É necessária para o bom funcionamento das mucosas garantindo assim uma barreira contra infecções.
Doenças gastrointestinais como diarréia ou síndrome de má absorção de gorduras, ou doenças que afetem o fígado, podem interferir com a utilização da vitamina A pelo organismo.
Também é importante alertar que fumantes e pessoas que tiveram contato com amianto não devem ingerir suplementos de betacaroteno (pró-vitamina A), pois estudos indicam haver uma maior probabilidade desses indivíduos desenvolverem câncer de pulmão e próstata. O que não quer dizer que essas pessoas não possam ingerir alimentos fonte de betacaroteno como abóbora ou cenoura, o problema é quando se ingere suplementos de betacaroteno.
Por ser uma vitamina lipossolúvel, sua absorção é melhorada quando ingerida junto a gorduras, como por exemplo um óleo vegetal (soja, canola, milho).

Deficiência:
Um dos principais sintomas de deficiência é a cegueira noturna, ou seja, dificuldade para enxergar na penumbra, e se a deficiência não for tratada a tempo, o problema pode se agravar levando à cegueira.
Perda de apetite, inibição do crescimento e infecções de repetição também podem indicar deficiência dessa vitamina.

Excesso:
O consumo em excesso pode ocasionar irritabilidade, dores de cabeça, perda de apetite, queda de cabelo, ressecamento das mucosas, dores ósseas e musculares, alterações nas taxas de colesterol e triglicérides, alterações no fígado e hemorragias.

Principais fontes:
A vitamina A aparece natureza de duas formas: como retinol em alimentos de origem animal como fígado, leite, ovos, queijo, manteiga e na forma de pró-vitamina A nas frutas e vegetais de cores amarela, laranja e verde escuro, assim como cenoura, pimentão, mamão, abóbora, brócolis e espinafre entre outros.



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15 dezembro 2009

Ceias de Natal e Ano Novo

As festas do final do ano não precisam ser uma cilada para quem precisa manter ou perder peso. É possível participar das comemorações sem ficar passando vontade, basta lembrar de uma palavrinha: moderação, porque na verdade não existem alimentos que engordam, o que engorda é comer em excesso.

Para ajudar na escolha, a seguir falaremos sobre alguns alimentos que costumam freqüentar a ceia dos brasileiros.

Nozes, castanhas, avelãs, são ricas em gordura, porém essa gordura é insaturada e o coração agradece. Além disso são ricas em magnésio, fósforo, selênio, zinco, vitamina E niacina e outras vitaminas do complexo B. Só devemos tomar cuidado com a quantidade de calorias, uma porção de 30 gramas dessas oleaginosas possui aproximadamente 200 calorias, ou seja, melhor ficar com apenas uma porção para garantir saúde sem contar com o aumento de peso.

Chester, Peru, Fiesta, são carnes magras que fornecem proteína de alto valor biológico, mas também devem ser consumidas com moderação, afinal, no prato da ceia vão outros alimentos também, e lembre-se de retirar a pele das aves antes de comer.
A lentilha tão esquecida na mesa do brasileiro durante a maior parte do ano é boa fonte de vitaminas do complexo B, ferro, potássio, zinco e outros minerais essenciais ao organismo. Além disso, é rica em fibras, importante para o bom funcionamento do intestino.

Frutas frescas como cerejas, uvas e ameixas são ricas em água, fibras, vitaminas (especialmente a vitamina C) e minerais além de possuírem boa quantidade de antioxidantes que auxiliam na prevenção de certas doenças, além de retardarem o envelhecimento. O ideal é consumir 5 porções de frutas diariamente.

Muito cuidado com a rabanada, esse é o tipo de alimento que a gente só pode se dar ao luxo de comer apenas um, devido ao alto valor calórico: apenas uma fatia rende aproximadamente 250 calorias.

O importante é tomar cuidado com a compulsão, procure montar um prato colorido e variado, pegue um pouquinho de cada alimento, coma devagar, mastigue bem e lembre-se que as ceias de Natal e Ano Novo não são eventos para comer até não agüentar mais, mas sim ocasiões para confraternizar com as pessoas que você ama.

08 dezembro 2009

Hipertensão arterial

foto by http://www.flickr.com/photos/canoafurada/

A mudança de alguns hábitos alimentares pode prevenir o aumento da pressão arterial ou até mesmo contribuir para que a mesma se mantenha controlada.
Para aquelas pessoas que estão acima do peso a primeira medida é procurar perder os quilos em excesso, pois o excesso de peso tem uma relação direta com o aumento da pressão arterial nas pessoas com propensão à hipertensão.
Diminua a quantidade de sal no preparo dos alimentos, procure utilizar ervas frescas no preparo para que fiquem saborosos e você não sinta tanta falta do sal. Utilize suco de laranja ou limão para dar um toque especial aos grelhados. Não adicione sal à comida já preparada, abandone o uso do saleiro à mesa.
Frutas e verduras cruas são ricas em potássio. Abuse do consumo desses alimentos.
Dê preferência a alimentos naturais, muitos produtos industrializados são ricos em sódio. Evite embutidos como linguiça, salame, presunto etc.; conservas; molhos prontos; temperos industrializados. Evite também o consumo de bebidas alcoólicas.
Prefira queijos com pouco sal e baixa quantidade de gordura como o cottage ou a ricota; leite ou iogurte desnatados.
Existem também no mercado os sais dietéticos que podem ser utilizados como substitutos do sal comum, mas não abuse do consumo e se tiver doença renal ou utilizar suplementos de potássio converse com seu médico antes.
A hipertensão arterial não tem cura, mas é um problema que pode ser controlado, seu controle contribui muito para a qualidade de vida e medidas simples como essas são eficazes para garantir esse controle.

29 novembro 2009

Publicidade de alimentos

Por que é necessário regulamentar a publicidade de alimentos
por Carlos Augusto Monteiro e Inês Rugani Ribeiro de Castro
25/11/2009

Especialistas em saúde e nutrição admitem que o rápido crescimento mundial do consumo de alimentos processados, amparado em sofisticadas estratégias de marketing desenvolvidas pelas indústrias multinacionais que controlam o setor, é uma das causas importantes da epidemia global de obesidade, diabetes e outras doenças crônicas que, na atualidade, não poupa sequer crianças e adolescentes (1). Em resposta a esse reconhecimento, vários países têm adotado, ou estudam adotar, medidas legais para limitar a publicidade de alimentos, seja proibindo a propaganda de determinados produtos considerados não saudáveis, seja restringindo o horário e o local de sua veiculação, ou, ainda, proibindo inteiramente qualquer publicidade dirigida a crianças (2). Após considerar as evidências sobre a natureza, a extensão e os efeitos da publicidade de alimentos dirigida a crianças,(3) a Organização Mundial de Saúde (OMS) preparou um conjunto de recomendações para orientar os governos nacionais na regulamentação dessa atividade. As recomendações serão discutidas por todos os países ao longo deste ano e submetidas à votação em 2010 na Assembleia Mundial de Saúde.

Ainda de forma insuficiente, até mesmo as indústrias de alimentos tem se movimentado no sentido de limitar a publicidade de seus produtos. Em 2007, por exemplo, onze das maiores transnacionais do setor, incluindo Coca-Cola, PepsiCo, Nestlé, Danone, Kellogg’s, Kraft, Unilever e Burger King, comprometeram-se com a União Europeia a não fazer propaganda para crianças menores de 12 anos [“exceto quando o produto atender determinados critérios nutricionais”] e a não se engajar em comunicações comerciais com escolas primárias [“exceto para propósitos educacionais, quando solicitada pelos administradores das escolas ou com a aquiescência desses”] (4).


Embora sejam muitos os indícios de que a publicidade de alimentos processados deverá ser regulamentada em futuro próximo na maioria dos países, à semelhança do que já ocorre com produtos criados para substituir o leite materno e com bebidas alcoólicas e tabaco, ainda há aqueles que, por diferentes razões, resistem ou mesmo se opõem a essa medida, seja por temerem prejuízos financeiros, ou por discordarem de toda e qualquer regulamentação do setor privado, acreditando que mais cedo ou mais tarde o próprio mercado resolverá a questão.

Existem, também, os que se opõem à regulamentação por julgarem ainda controversa a relação entre alimentos processados e saúde, ou que são contrários porque acreditam que o problema poderia ser combatido de forma mais eficiente educando-se os consumidores. Outros, enfim, veem na restrição a alimentos processados a expressão de um preconceito contra o progresso tecnológico. Este artigo pretende aprofundar a reflexão desses argumentos de forma a mostrar o quão é imprescindível que a publicidade de alimentos se submeta a algum tipo de regulamentação.

O primeiro elemento que trazemos para a discussão se refere ao equívoco de tratar alimentos industrializados como um grupo homogêneo no que se refere à saúde humana. Alimentos cujo processamento envolve limpeza, remoção de partes não comestíveis, fracionamento, pasteurização, redução de conteúdo de gordura, refrigeração, congelamento, desidratação ou procedimentos similares conservam grande parte das propriedades nutricionais do alimento original, além de aumentarem sua disponibilidade e, por vezes, sua segurança. Alimentos de alto valor nutricional como carnes, leite, cereais, leguminosas, e mesmo frutas e hortaliças são submetidos usualmente a algum processamento industrial mínimo antes de serem adquiridos e consumidos pelos indivíduos. Alimentos altamente processados como óleos vegetais, farinhas e açúcar, embora não conservem as propriedades nutricionais dos alimentos integrais que lhes deram origem, não são consumidos isoladamente pelos indivíduos. Ao contrário, são ingredientes culinários que facilitam a pre-paração de refeições feitas à base de alimentos integrais não processados ou minimamente processados (5).

O foco da regulamentação da publicidade de alimentos está no grupo de alimentos altamente processados que são disponibilizados prontos (ou quase prontos) para o consumo. A essa categoria de alimentos, produzidos majoritariamente por empresas transnacionais, pertencem produtos panificados, biscoitos, bolos, sorvetes, gelatinas, “barras de cereal”, doces em geral, embutidos, molhos, “macarrão instantâneo”, sopas desidratadas, batata chips e similares, refrige-rantes e bebidas adoçadas em geral, entre tantos outros (5).


A matéria-prima típica desses alimentos, aqui denominados ultraprocessados, são ingredientes já processados e de baixo valor nutricional — como óleos, gorduras, farinhas, amido, açúcar e sal — acrescidos de conservantes, estabilizantes, flavorizantes e corantes. Em face de sua condição de alimentos prontos, é comum que sejam consumidos isoladamente ou acompanhados de outros alimentos do mesmo grupo: por exemplo, pães e embutidos, biscoitos e refrigerantes. Outros atributos dos alimentos ultraprocessados, responsáveis por sua natureza intrinsecamente não saudável, são expostos a seguir.

Alimentos ultraprocessados tendem a apresentar concentrações de gordura, açúcar e sal excessivas e prejudiciais à saúde. Essa condição foi comprovada por recente estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) sobre a composição nutricional de 30 alimentos industrializados amplamente consumidos pela população brasileira, particularmente por crianças e adolescentes. O estudo demonstrou que “bolinhos” e “salgadinhos” apresentavam conteúdo de açúcar, gorduras e sal que excedia em várias vezes o máximo recomendado para uma alimentação equilibrada e saudável (1). Uma única porção de alguns desses alimentos continha quase todo o sal, açúcar ou gordura saturada que uma criança poderia consumir ao longo de todo o dia. Além disso, a composição nutricional informada pela indústria nas embalagens dos produtos nem sempre era fiel ao conteúdo. Mais ainda: sua publicidade envolvia procedimentos condenáveis e já não praticados pelas mesmas indústrias multinacionais em outros países, tais como o emprego de personagens famosos do universo infantil e a presença de “bichinhos” e outros brindes nas embalagens (6).

O conteúdo excessivo de açúcar, gorduras e sal não é a única característica nociva à saúde dos alimentos ultraprocessados. Esses alimentos tendem a apresentar também alta densidade energética (grande quantidade de calorias por volume de alimento) e escassez de fibras, características que, comprovadamente, aumentam o risco de obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e mesmo de certos tipos de câncer (1;7). Importa notar que tanto o excesso de açúcar, gorduras e sal quanto a alta densidade energética e a falta de fibras são atributos intrínsecos dos alimentos ultraprocessados na medida em que decorrem da natureza dos seus ingredientes (produtos altamente refinados, em particular açúcar e gordura vegetal) e da necessidade de obter alimentos a um só tempo prontos para consumo e com grande prazo de validade (5).

Diante da composição nutricional tipicamente não saudável, as indústrias desses alimentos têm respondido com o lançamento de versões chamadas light, distantes de constituir uma solução. Além de serem mais caros, com frequência apenas mudam a natureza do problema. Por exemplo, o excesso de gordura é trocado por excesso de açúcar e vice-versa. Outras vezes, apresentam conteúdo de sódio ou de gordura inferior ao da versão original do produto, mas ainda assim excessivo. Há ainda variedades de alimentos ultraprocessados adicionadas de vitaminas e minerais, que não anulam os atributos não saudáveis desses alimentos, mas que podem induzir o consumidor a pensar que sim.

Tanto versões tradicionais quanto versões light dos alimentos ultraprocessados não são perecíveis (como frutas e hortaliças) e não demandam preparação ou cozimento (como grãos e carnes). Essas duas características justificam os termos convenience foods ou fast-foods usualmente empregados para denominá-los. Ocorre que a “conveniência” e a “rapidez” propiciadas por esses alimentos acabam por favorecer padrões de alimentação (substituir refeições principais por lanches, comer fazendo outras coisas, comer sem fome) que podem comprometer a capacidade de o organismo humano “reconhecer” a ingestão de calorias e regular o balanço energético. Esse efeito adverso adicional é, novamente, intrínseco à natureza dos alimentos ultraprocessados. Porções gigantes, comuns no caso da oferta de alguns alimentos ultraprocessados, e dietas com elevada participação de “calorias líquidas”, propiciadas pelo consumo frequente de refrigerantes e bebidas adoçadas em geral, podem igualmente comprometer o balanço de energia, havendo evidências de que aumentem efetivamente o risco de obesidade (8;9).

Alimentos ultraprocessados são produtos que parecem únicos ao consumidor. Nessa medida, comportam o registro de marcas, essencial para viabilizar estratégias de marketing de largo alcance. Essa condição, aliada ao reduzido custo de matérias-primas e à possibilidade quase infinita de criação e recriação de novos produtos em escala global, explica por que os investimentos em marketing das empresas transnacionais de alimentos estão concentrados em
alimentos ultraprocessados. Investimentos milionários em marketing, com procedimentos não éticos como os encontrados no estudo do Idec, ajudam a entender por que o consumo desses alimentos é, infelizmente, o que mais cresce no Brasil e, de modo geral, em todo o mundo.

Marketing para baixa renda: Uma estratégia de marketing recente, adotada com grande sucesso por transnacionais de alimentos, envolve o desenvolvimento de ultraprocessados especialmente destinados a consumidores de baixa renda de países emergentes, ou popularly positioned products, na linguagem da empresa líder do setor. Essa estratégia inclui a fortificação com vitaminas e minerais de produtos como biscoitos, macarrão instantâneo, sopas desidratadas e bebidas lácteas, a comercialização desses alimentos em “embalagens econômicas” (por exemplo, pacotes de biscoitos com três ou quatro unidades), a criação de novos canais de comercialização (como a venda porta a porta ou em centros comunitários) e a utilização de vendedores recrutados na própria comunidade (10).

O crescimento mundial da produção e consumo de alimentos ultraprocessados tem gerado impactos desfavoráveis em dois outros âmbitos cruciais para as sociedades humanas: o ambiente físico e a cultura. No primeiro caso, em função de que os métodos envolvidos na produção, embalagem, armazenamento e transporte desses produtos implicam consumo de energia e de água, geração de poluentes e impacto sobre o aquecimento do planeta muito maiores do que os observados com os alimentos tradicionais. No segundo caso, devido à homogeneização dos repertórios alimentares, ao abandono de rituais no preparo e partilha de refeições e à desvalorização do comer e do cozinhar como práticas sociais carregadas de simbolismo, significado, história e identidade coletiva. Obras recentes examinam em detalhe os efeitos que a globalização da alimentação tem exercido sobre o ambiente (11) e sobre as culturas alimentares tradicionais (12).

O crescimento do setor de alimentos industrializados pron-tos para consumo é amplamente confirmado no Brasil pelas pesquisas de orçamento familiar do IBGE. Estudo que comparou pesquisas realizadas em 1995/6 e 2002/3 indica aumentos de 100 a 200% na participação de produtos como biscoitos, embutidos e refrigerantes e redução sistemática na fatia correspondente a alimentos tradicionais como feijão, arroz, leite, frutas e verduras (13). Entretanto, a participação de alimentos ultraprocessados na dieta brasileira ainda é muito inferior à encontrada em países desenvolvidos e mesmo em outros países em desenvolvimento, onde a cultura alimentar fast-food já predomina amplamente sobre a cultura alimentar tradicional. Isso evidencia o potencial de expansão que a indústria de alimentos tem no Brasil, ao mesmo tempo em que aponta para a necessidade e a urgência da intervenção pública.

A experiência internacional mostra que apenas informar as pessoas não é suficiente para frear o crescimento da cultura alimentar fast-food. Essa estratégia se mostrou totalmente ineficaz nos países desenvolvidos. Claro que a ação pública tampouco deve se restringir a limitar a publicidade dos alimentos não saudáveis. Opções alimentares saudáveis precisam ser simultaneamente incentivadas, apoiadas e protegidas.

Campanhas públicas que forneçam informações corretas sobre alimentação e saúde e que esclareçam os vínculos existentes entre opções alimentares, ambiente e cultura certamente incentivarão os indivíduos a dar preferência a alimentos frescos ou minimamente processados. Entretanto, a concretização dessa preferência ocorrerá de forma maciça apenas se a opção por esses alimentos for apoiada e protegida. O apoio a opções saudáveis de alimentação dependerá essencialmente de políticas fiscais e de abastecimento que aumentem o acesso da população a alimentos frescos ou minimamente processados. Embora não sejam as únicas alternativas para a proteção de opções saudáveis de alimentação, leis e regulamentações que diminuam a exposição da população ao marketing de alimentos industrializados prontos para consumo são imprescindíveis.

Desde novembro de 2006, o Brasil dispõe de um excelente instrumento regulatório que limitaria eficazmente a publicidade de alimentos não saudáveis. Esse instrumento, elaborado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outras providências, proíbe qualquer publicidade no meio escolar de produtos alimentícios com alto teor de açúcar, sal ou gorduras não saudáveis, interdita o uso de personagens infantis e a distribuição de brindes, restringe ao horário noturno a exibição de peças publicitárias daqueles produtos no rádio e na televisão e obriga o uso de frases de advertência como já ocorre com a propaganda de medicamentos(14).

Restrição aprovada durante consulta pública, promovida pela Anvisa entre novembro de 2006 e março de 2007, o instrumento de regulamentação recebeu apoio e sugestões de aperfeiçoamento de sociedades científicas, de associações profissionais, de organizações de consumidores e da sociedade civil em geral, mas foi duramente criticado por representantes da indústria de alimentos e do setor de empresas de publicidade, sob o argumento principal de que feria a liberdade de expressão comercial dos anunciantes. Em 20 de agosto último, a Anvisa promoveu a audiência pública final necessária para a aprovação do texto legal que passou a regulamentar a publicidade de alimentos no Brasil. Houve, novamente, apoio maciço da sociedade civil e oposição ferrenha dos representantes da indústria de alimentos e do setor de empresas de publicidade. Cinco dias após, as filiais brasileiras das maiores transnacionais do setor de alimentos prontos para consumo decidiram estender para o Brasil o compromisso de redução de publicidade dirigida a crianças que assumiram com os países europeus em 2007. Compromissos já tímidos na Europa, foram ainda mais enfraquecidos no Brasil: a restrição da publicidade só valerá para “inserções publicitárias em televisão, rádio, mídia impressa ou internet que tenham 50% ou mais de audiência constituída por crianças de menos de 12 anos” e a não realização de promoções comerciais em escolas, a exemplo das inserções publicitárias, só valerá para produtos que atendam critérios que “serão adotados específica e individualmente pelas empresas signatárias”. No Brasil, os compromissos envolvem ainda a inserção no “material publicitário e promocional” das empresas de mensagens que estimulem “a adoção de alimentação balanceada e/ou a realização de atividades físicas”, estratégia de marketing usada há bastante tempo pelas indústrias na tentativa de associar sua marca e seus produtos com saúde e bem-estar.

Carlos Augusto Monteiro é professor titular do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP e membro da Academia Brasileira de Ciências e Inês Rugani Ribeiro de Castro é professora adjunta do Instituto de Nutrição da Uerj e coordenadora do GT Alimentação e Nutrição da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.

* Esse artigo foi originalmente publicado na revista Ciência e Cultura -http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v61n4/20.pdf

Referências Bibliográficas

- 1. World Health Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation. [WHO Technical Report Series 916]. Geneva: WHO, 2003.
- 2. Hawkes C. Marketing food to children: changes in the global regulatory environment
2004-2006. Geneva: WHO, 2007. Disponível em www.who.int/dietphysicalactivity/regulatory_environment_CHawkes07.pdf (acesso em 19/08/2009).
- 3. World Health Organization. Marketing of food and non-alcoholic beverages to children: report of a WHO forum and technical meeting, Oslo, Norway, 2-5 May 2006. Geneva: WHO, 2006. www.who.int/dietphysicalactivity/publications/Oslo%20meeting%20layout%2027%20NOVEMBER.pdf (acesso em 19/08/2009).
- 4. EU Pledge. Food and drink companies pledge to change advertising to children. www.eu-pledge.eu/press.php?id=1 (acesso em 19/08/2009).
- 5. Monteiro C.A. “Nutrition and health. The issue is not food, nor nutrients, so much as processing”. Invited Commentary. Public Health Nutrition 2009; 12 (5): 729-731.
- 6. Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. "Além da conta". Revista do Idec, Fevereiro 2009. p. 16-21. Disponível em www.idec.org.br/rev_idec_texto2.asp?pagina=1&ordem=1&id=962 (acesso em 19/08/2009).
- 7. World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research (2009). Policy and action for cancer prevention. food, nutrition, and physical activity: a global perspective. Washington, DC: AICR.
- 8. Kelly, M.T. e outros. “Associations between the portion sizes of food groups consumed and measures of adiposity in the British National Diet and Nutrition Survey”. British Journal of Nutrition 2009; 101: 1413-1420.
- 9. Ludwig, D.S., Peterson, K.E., Gortmaker, S.L.. “Relation between consumption of sugar-sweetened drinks and childhood obesity: a prospective, observation analysis”. Lancet 2001; 357: 505-508.
- 10. Nestlé S.A. Creating Shared Value Report 2008, pp 60-69. Disponível em www.nestle.com/Resource.axd?Id=10E71FF5-1D5C-461E-8199-5B6B6386A3CE.
- 11. Roberts, P.. O fm dos alimentos. São Paulo, Editora Campus/Elsevier, 2008.
- 12. Contreras Hernández, J., Gracia Arnáiz, M. Alimentación y cultura: perspectivas
antropológicas. Barcelona: Editora Ariel, 2005.
- 13. Levy-Costa, R.B. e outros. “Disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil: distribuição e evolução (1974-2003)”. Revista de Saúde Pública 2005; 39: 530-40.
- 14. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta Pública nº 71, de 10 de novembro de 2006. D.O.U. de 13/11/2006. www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B16556-1-0%5D.PDF (acesso em 19/08/2009).

Fonte:Site do Instituto Alana(www.alana.org.br)

24 novembro 2009

Fibras

As fibras não devem faltar no cardápio de quem pretende manter uma alimentação saudável e prevenir o aparecimento de algumas doenças como por exemplo o diabetes tipo dois, pois a falta habitual de fibras na dieta, aliada ao alto consumo de carboidratos refinados parece aumentar o risco do desenvolvimento dessa doença.
Existem na verdade dois tipos de fibras: as solúveis e as insolúveis. As solúveis agem na diminuição da absorção de colesterol, auxiliando assim na prevenção de doenças cardiovasculares. Retardam também a absorção da glicose. São encontradas em: frutas, vegetais, aveia, feijões, soja, etc.
Já as insolúveis são grandes aliadas na prevenção e no tratamento da obstipação intestinal, mais conhecida como prisão de ventre. Elas atuam acelerando os movimentos peristálticos intestinais e consequentemente aceleram o trânsito do bolo fecal através do intestino, diminuindo assim a exposição do cólon a agentes que provocam câncer. São encontradas nos alimentos de origem vegetal como frutas (de preferência com casca), vegetais (principalmente os folhosos, como a couve), grãos como grão de bico, soja, etc.
Atuam também como auxiliares em regimes de emagrecimento, pois promovem a sensação de saciedade, e não são digeridas pelo nosso organismo, não contribuindo para o aumento de peso.
A recomendação diária de fibras é de 25 a 30 gramas, e essa quantidade pode ser alcançada consumindo vegetais crus e cozidos, arroz de preferência integral, feijões ou soja, no almoço e jantar e uma fruta em cada refeição e lanche realizado, e o consumo de pão integral nos lanches também é aconselhado.
Para que possam cumprir seu papel no organismo, é necessário ingerir água suficiente, uma média de 2 litros de água por dia, caso contrário poderá ocorrer a constipação intestinal.
E então? Depois de saber isso tudo, que tal incluir mais fibras na sua dieta? Comece hoje mesmo e mantenha sua saúde protegida!!